O deputado federal Veneziano do Rêgo desfez, ontem, os rumores de que esteja mesmo disposto a deixar o PMDB. Permanecerá no partido, desde que se sinta à vontade e negou que tenha exigido da legenda um acerto com o PSB do governador Ricardo Coutinho, mas considera que essa aliança em 2018 seria natural diante de antecedentes de composição, como se registrou em 2014. Ele descarta pretensão de concorrer a cargos majoritários – seja ao governo ou ao Senado, no próximo ano, reafirmando o propósito de postular a reeleição à Câmara dos Deputados.
O ex-prefeito de Campina Grande por duas vezes admitiu ter sido assediado com convites para ingressar em legendas como PSB, DEM e “Podemos” e voltou a lembrar que tem prazo até abril para se posicionar a esse respeito, não pretendo antecipar posturas que adotará. De acordo com ele, seu desligamento do PMDB só ocorreria em circunstâncias nas quais não se sentisse prestigiado na agremiação peemedebista. “Não posso fazer projeções sobre um processo que ainda terá desdobramentos no próximo ano”, enfatizou Veneziano, em conversa com jornalistas em João Pessoa.
Em 2014, Veneziano ensaiou uma candidatura ao governo do Estado, tendo, preliminarmente, percorrido municípios do interior a pretexto de tomar conhecimento da sua realidade e definir prioridades. Abriu mão da postulação, conforme confessou, por não sentir firmeza da cúpula partidária, presidida pelo senador José Maranhão, quanto ao engajamento na sua hipotética campanha ao Palácio da Redenção. Ele acabou substituído no páreo pelo irmão Vital do Rêgo Filho, hoje ministro do Tribunal de Contas da União. No segundo turno, o PMDB apoiou a candidatura do governador Ricardo Coutinho à reeleição contra o senador tucano Cássio Cunha Lima. Ricardo saiu vitorioso.
Com relação aos comentários de que o PMDB deverá ter candidato próprio a governador em 2018, com possibilidade de indicação do senador José Maranhão, Veneziano ressalta que defende a tese e o nome que está em pauta e adianta que se Maranhão for mesmo confirmado fará de tudo para contribuir para sua eleição. Explicou que em março de 2017, numa reunião promovida pelo PMDB, em que a prioridade era a discussão de candidatura própria, ele (Veneziano) deixou claro que se empenharia ativamente pela postulação de Maranhão, caso venha a ser o escolhido para representar a agremiação. “Mas se o PMDB não tiver candidato, não vejo razão para não apoiar o PSB do governador Ricardo Coutinho, como fez no segundo turno em 2014”. Também ontem, o senador José Maranhão, presidente do diretório regional peemedebista, assegurou que a agremiação vai ter candidatura própria ao governo do Estado.
Nonato Guedes