A empresa de tecnologia que, em julho, anunciou que implantaria chips no corpo dos funcionários, causou polêmica ao utilizar os objetos em substituição de crachás, chaves e senhas em computadores.
Agora, o CEO da Three Square Market, Todd Westby, afirmou que o próximo mercado de sua empresa será o Brasil. Em sua empresa, mais de 60 pessoas se voluntariaram para usar o chip, que é implantado entre os dedos polegar e indicador.
“A adesão foi totalmente voluntária. Eu mesmo me surpreendi com o interesse. A moral da história é que somos uma empresa de tecnologia e os funcionários naturalmente se interessam pelo que é novo”, afirmou, em entrevista cedida à BBC Brasil.
A empresa tem trabalhado, atualmente, em um chip com tecnologia de GPS cuja alimentação energética seja do corpo humano. “Agora estamos trabalhando para reduzir o tamanho do dispositivo até que seja possível implantá-lo”, afirmou.
Ele acredita que a tecnologia viabilizará a substituição de documentos, tornozeleiras, fichas médicas e outros objetos que considera obsoletos. “O chip poderá substituir passaportes e você não vai mais correr o risco de ter o seu roubado ou de perdê-lo”.
“Uma pessoa com Alzheimer ou doenças de memória poderá ter toda a lista de remédios que consome detalhada no chip quando for a uma emergência ou visitar um novo médico”, acrescentou.
O CEO afirma que a tecnologia está começando a ver mercado no Brasil. “Dois hospitais brasileiros já nos procuraram querendo experimentar a tecnologia”, afirmou ele, que também conta que em São Paulo “as negociações ainda estão em andamento”.
“O Brasil será nosso próximo mercado. Sei que vocês também têm uma demanda muito grande no sistema penal. Também estamos conversando com Espanha, Canadá, México e outros lugares”, contou.
Nem todos os funcionários aceitaram o chip, como Katie Langer. “Eu ainda não vi pesquisas sobre os efeitos a longo prazo na saúde. Isso me deixa um pouco preocupada. Ainda é um objeto estranho sendo colocado em seu corpo”, opinou.
Wetsby afirma que, no Brasil, a tecnologia será predominantemente aceita em alguns anos.
“Todo mundo ficou chocado com o GPS do iPhone e hoje gosta quando o telefone recomenda trajetos mais inteligentes. No futuro, com os chips, será a mesma coisa: os que hoje se preocupam vão querer tê-lo para conseguir acesso rápido a produtos customizados e ter mais segurança do que com papéis ou documentos que podem perder”, finalizou.