A Copa do Mundo acabou neste sábado para a Argentina, Messi e o pobre futebol apresentado pela equipe. A vontade foi pouco para superar a técnica e a juventude de França logo no primeiro jogo das oitavas de final do torneio. Em Kazan, na Rússia, os europeus ganharam por 4 a 3 ao mostrarem que a juventude e bom futebol coletiva valem mais do que mística, garra e a dependência de um camisa 10.
Messi na Argentina é com um oásis no deserto. Posicionado como atacante centralizado, pouco participou do jogo. A quarta Copa da carreira do camisa 10 é a que acaba mais cedo e poucos dias depois do aniversário de 31 anos do ganhador de cinco prêmios de melhor jogador do mundo. O destino dele com a camisa da seleção é incerto, ainda mais depois de um Mundial em que a seleção argentina viveu mais de tradição e menos de futebol.
A sofrida classificação para as oitavas de final da Copa havia transformado o ânimo da Argentina. A angústia pela possível eliminação precoce deu lugar ao sentimento de que só se tinha a ganhar a partir de agora na Copa. Qualquer resultado seria lucro. A situação fez a cidade de Kazan ficar tomada de azul e branco, principalmente no largo calçadão principal e no centro histórico.
Logo o estádio acabou dominado também. Parecia Buenos Aires. A cantoria da torcida abafou os acordes da Marselhesa e o jogo logo mostrou as diferenças de propostas. A Argentina iria na empolgação do público, nos gritos e na velha cartilha de ganhar tempo a cada bola parada e lateral. A França apostava na capacidade individual dos jogadores e no talento do jovem elenco.
A paixão dos argentinos e o equilíbrio por vezes demasiado dos franceses em não jogar com intensidade fez a partida ser uma das melhores da Copa. O time de Messi vai embora nas oitavas sem poder reclamar. Jogou mal, teve formações confusas e foi para o primeiro mata-mata confiante que ganharia somente pela garra.
O futebol venceu em Kazan. A França mais técnica e por vezes acomodada a ponto de permitir a virada, deixou o recado de que tem condição de ganhar a Copa. A equipe pode ser adversária do Brasil na semifinal.
O começo da partida mostrou uma França veloz e decidida. Logo no começo teve cobrança de falta no travessão e show de Mbappé. Veloz, o atacante de 19 anos pegou a bola do campo de defesa e só conseguir ser detido dentro da área, com pênalti. Griezmann converteu aos 13 minutos. Parecia ser o jogo para a França finalmente se firmar no Mundial após más atuações na fase de grupos.
A Argentina ficou desnorteada. Mbappé corria em direção ao gol e só era parado com falta, enquanto Messi não aparecia. O camisa 10 foi posicionado com falso centroavante na vaga de Higuaín, mas acabou marcado demais. A França parecia ter o comando, porém pecou por não ter apetite para ampliar. Como diz a expressão francesa, pareceu blasé e acomodada.
A multidão argentina estava mais quieta quando Di María deu o primeiro chute a gol do time. Era 41 minutos do primeiro tempo quando a comodidade francesa foi encerrada pela bola certeira no ângulo para empatar. A França assumiu o risco de esperar o contra-ataque. Pagou como conta o empate.
Quando se enfrenta a Argentina, há sempre o “risco Messi”. O camisa 10 pode estar quieto, mal em campo e acertar mesmo quando erra. Foi o caso da virada. Ele chutou a gol e a bola bateu no meio do caminho em Mercado para tirar o goleiro Lloris da jogada, aos 2 minutos do segundo tempo.
Quando se enfrenta a Argentina, há sempre o “risco Messi”. O camisa 10 pode estar quieto, mal em campo e acertar mesmo quando erra. Foi o caso da virada. Ele chutou a gol e a bola bateu no meio do caminho em Mercado para tirar o goleiro Lloris da jogada, aos 2 minutos do segundo tempo.
O placar de 4 a 2 era o recado claro de que a França era superior. Teve chances ainda de fazer o quinto. A equipe mostrou o quanto pode ser perigosa se mantiver a intensidade e o empenho demonstrados no segundo tempo. A Argentina, no entanto, não saiu de campo derrotada. A torcida continuou a cantar no fim, em reconhecimento do quanto o esforçado e limitado time correu. Ainda sobrou um gol de Agüero nos acréscimos para decretar o “adiós” da Argentina.
FICHA TÉCNICA – FRANÇA 4 x 3 ARGENTINA
FRANÇA: Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Hernandez; Kante, Pogba e Matuidi (Tolisso); Griezmann (Fekir), Mbappé (Thauvin) e Giroud. Técnico: Didier Deschamps.
ARGENTINA – Armani; Mercado, Otamendi, Rojo (Fazio) e Tagliafico; Mascherano, Banega e Pérez (Agüero); Pavón (Meza), Di María e Messi. Técnico: Jorge Sampaoli.
GOLS – Griezmann, aos 13, e Di María, aos 41 minutos do primeiro tempo. Mercado, aos 2, Pavard, aos 12, Mbappé, aos 18 e aos 22, Agüero minutos do segundo tempo
CARTÕES AMARELOS – Rojo, Tagliafico, Mascherano, Banega, Matuidi, Pavard, Otamendi, Giroud.
ÁRBITRO – Alireza Faghani (Fifa/Irã).
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 42.873 pagantes.
LOCAL – Arena Kazan, em Kazan (Rússia).